Substituição de combustíveis fósseis na matriz energética abre grandes possibilidades para o país. O hidrogênio verde é uma delas.

O Brasil está no centro das atenções mundiais quando se trata do combate ao aquecimento global, que tem nos combustíveis fósseis um grande vilão. O país aloja parte significativa da Amazônia, maior reserva vegetal terrestre do mundo, e apresenta enormes possibilidades quando se trata de energia eólica e solar.
Uma das melhores perspectivas que se abrem para o país é a utilização do hidrogênio verde. Isto é, o uso do hidrogênio como combustível e matéria-prima, acelerando a descarbonização da matriz energética.
O que é o hidrogênio verde?
O hidrogênio é o elemento químico de maior presença na natureza, mas também é altamente reativo. Quer dizer, combina-se facilmente com outros elementos. Então, a separação do hidrogênio e do oxigênio que compõem a água, por exemplo, exige uma forte aplicação de energia. Em geral, térmica, isto é, produzida a partir de combustíveis fósseis como petróleo ou gás. O produto dessa reação é conhecido como “hidrogênio azul”.
Ocorre que o Brasil tem grandes possibilidades de gerar hidrogênio “verde”, a partir de fontes renováveis de energia, como a eólica e a solar. E essa perspectiva deve abrir espaço para negócios de todo porte, já que viabilizar a indústria do hidrogênio verde no Brasil demandaria investimentos suficientes para produzir 180 gigawatts de energia renovável adicional, pouco menos do que a capacidade total de produção de energia do país, em todas as matrizes.
Cálculos iniciais avaliam que a demanda por hidrogênio no Brasil pode chegar a cerca de nove milhões de toneladas em 2040, entre 5% e 10% do consumo total de energia no país.
Enquanto grandes players globais já apostam na energia solar e eólica no Brasil, esses mega investimentos deverão abrir enormes espaços para micro e pequenos fornecedores de serviços em muitos segmentos.
Aplicações do hidrogênio verde
O hidrogênio verde tem três aplicações principais, todas fundamentais para colaborar com a descarbonização e o combate ao aquecimento global. Como matéria-prima, por exemplo, ele pode substituir o carbono na siderurgia.
Como combustível, o hidrogênio tem condições de movimentar a frota de automóveis e utilitários, sendo empregado nas baterias elétricas ou na forma de células de combustível. Isso também vale para o transporte ferroviário – substituindo o diesel nos motores – e marítimo/fluvial, já que é possível pensar em barcos e navios equipados com motores movidos a amônia ou metanol, que contêm hidrogênio.
Na indústria, o hidrogênio verde pode ser usado para gerar calor de grau médio (entre 277°C e 650°C) ou alto (superior a 650°C), em segmentos como papel e celulose, cimento e aço.
Há ainda aplicações híbridas. O hidrogênio verde pode ser usado como combustível combinado ao gás natural em turbinas de geração de energia. Também pode ser misturado ao gás natural na rede de distribuição doméstica e industrial.
Todas essas aplicações demandam, é claro, fortes investimentos em ciência e tecnologia para resolver problemas. Calcula-se que, para produzir o hidrogênio verde no volume necessário, haveria a necessidade de uma expansão de 7% ao ano na geração de energia. A boa notícia é que as fontes solar e eólica podem dar conta dessa demanda.
O mercado de hidrogênio verde impacta diretamente em todos os setores e negócios. O Sebrae se preocupa com o aquecimento global e entende a importância de descarbonizar. Utilize soluções sustentáveis no seu negócio!
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