Pesquisa mostra que cooperativas brasileiras dão importância à inovação, porém, muitas encontram dificuldades para inovar.
Em um mundo em constante mudança, como o que vivemos, a inovação torna-se fundamental para qualquer empreendimento, uma vez que ela cria soluções novas para problemas existentes de modo a obter resultados lucrativos. Até mesmo as cooperativas surgiram como fruto de uma inovação nos processos produtivos durante a Revolução Industrial, introduzindo os conceitos de colaboração, sustentabilidade, igualdade e compartilhamento no mundo do trabalho, algo inédito à época.
O tema da inovação é tão importante que a própria Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elaborou o chamado Manual de Oslo, um documento que é referência mundial para analisar a inovação nas empresas. O manual define inovação como “um produto (mercadoria ou serviço) ou processo novo ou aprimorado, ou ainda uma combinação de ambos, que difere dos produtos ou processos anteriores da empresa” e que tenha sido lançado ou utilizado pelo empreendimento para melhorar seus resultados. Importante é diferenciar inovação de invenção. A inovação tem um caráter comercial e está focada na lucratividade da empresa.
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em 2021, com 500 cooperativas singulares, confederações, centrais e federações revelou que 84% delas consideram a inovação muito importante para o cooperativismo. A pandemia de covid-19 foi motivo para que 47% dos que responderam a pesquisa acelerassem seus projetos de inovação e fez com que outros 22% iniciassem projetos com esse foco.
De acordo com a pesquisa, as áreas em que as cooperativas mais inovaram são atendimento ao cliente (64%), marketing e comunicação externa (60%), tecnologia (53%) e comercial (45%). Os maiores obstáculos para inovar, segundo a pesquisa, são falta de organização, ideias e projetos (42%); falta de verba ou financiamento (40%) e falta de capacitação da equipe (29%).
Os resultados das cooperativas que investiram em inovações foram positivos já que 88% delas conseguiram retorno após 12 meses. As áreas que mais receberam inovações foram atendimento ao cliente (64%), marketing e comunicação externa (60%) e tecnologia (53%). Vale destacar que, em média, cada cooperativa empreendeu inovações em quatro setores simultaneamente.
Ferramentas
A inovação não surge de uma centelha de inspiração, mas é obtida por meio de metodologias e ferramentas específicas para esse fim. Um exemplo é o método conhecido como design thinking, desenvolvido na década de 1990 pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Trata-se de utilizar empatia, colaboração e experimentação para desenvolver soluções num processo que tem quatro etapas: descobrir o problema, definir a sua causa, desenvolver alternativas e entregar uma solução satisfatória entre as várias alternativas avaliadas.
Um exemplo de inovação em cooperativas foi o desenvolvimento de um programa de fidelização de clientes. Com a ajuda de ferramentas como o design thinking e outras, a equipe de inovação buscou entender o que os clientes esperavam da cooperativa (mapa da empatia) e acabou-se por adotar um programa em que os associados adquiriam pontos que depois eram trocados por brindes, descontos ou mesmo produtos do comércio local, o que ajudou a fomentar a economia regional.
O Sebrae está preparando um e-book com todos os passos sobre como fazer inovações em cooperativas e que deve ser lançado em breve.
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