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Wed Dec 07 00:18:45 BRT 2022
Inovação | INOVAÇÃO
Novas tecnologias no mercado energético

As tecnologias disruptivas mudaram o mercado energético e podem favorecer o microempresário que investe em inovação nessa área.

· Atualizado em 07/12/2022
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As tecnologias disruptivas são inovações que propiciam a ruptura de padrões, ou seja, alteram modelos já existentes no mercado. Quando se trata do mercado energético, há uma dificuldade para estimar a influência desses recursos e quais serão suas consequências.

Pensando num horizonte a longo prazo, citado no PNE 2050, bons exemplos dessas tecnologias aplicadas à matriz energética são o hidrogênio, a energia dos oceanos, o etanol de segunda geração, reatores de pequeno porte, geotermia superficial e a transmissão elétrica sem fio. Vamos falar um pouco sobre elas? 

O hidrogênio é utilizado em pilhas a combustível, que são células eletroquímicas constituídas por um ânodo, um cátodo e um eletrolítico, e é atualmente utilizado no setor de transportes. A partir da reação entre o oxigênio e o hidrogênio, ocorre a produção de eletricidade.

O hidrogênio pode ser obtido por oxidação parcial, eletrólise da água e gaseificação da biomassa, dentre outros processos. Desse modo, os combustíveis à base de hidrogênio podem contribuir para um processo de transição de baixa emissão de carbono. A preocupação é o custo – buscam-se hoje estratégias para a redução do custo de desenvolvimento dessas tecnologias. Ainda, há o conceito associado ao hidrogênio verde, aquele produzido com eletricidade vinda de fontes de energia limpas e renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e de biomassa, biogás etc. Ou seja, ele é carbono zero, obtido sem emissão de CO2.

Uma outra inovação disruptiva está relacionada à capacidade energética dos oceanos devido ao movimento das ondas e marés. O território brasileiro conta com 7.400 km de área litorânea e, segundo o PNE 2050, foi estimado um potencial de geração de 114 GW, de modo que 20% desse potencial serão convertidos em energia elétrica.

Ainda podemos destacar o etanol de segunda geração, produzido a partir da biomassa de resíduos de milho e de casca de arroz. Atualmente, a produção majoritária desse biocombustível utiliza apenas o bagaço e a palha da cana-de-açúcar.

As preocupações relacionadas ao elevado custo de usinas nucleares proporcionaram o desenvolvimento de reatores de pequeno porte, também conhecidos pelo seu nome em inglês, Small Modular Reactors (SMR), destinados a projetos menores de até 300 MW e que empregam estratégias de refrigeração à água. 

A geotermia superficial é uma tecnologia que não é aplicada diretamente para a geração de energia elétrica. Ela utiliza a energia térmica do subsolo superficial para o aquecimento ou resfriamento de processos industriais ou de ambientes, e já é utilizada em ampla escala na China, nos Estados Unidos e na Europa. Por meio dessa estratégia, ocorre uma redução do uso de energia elétrica. Pelo menos 25% do consumo de energia elétrica das edificações no Brasil é despendido com sistemas de climatização artificial.

A transmissão elétrica sem fio é uma perspectiva tecnológica, porém, que caminha a passos curtos. Por exemplo, você conhece os carregadores de indução para baterias de aparelhos celulares? Pois é, esses dispositivos utilizam a indução eletromagnética para uma transmissão de energia entre o transmissor e o receptor. No entanto, a eficiência da transmissão reduz exponencialmente de acordo com a distância entre os dispositivos. 

Uma outra possibilidade emprega a radiação eletromagnética, em que a energia é transmitida via ondas de rádio ou por laser na forma de luz. Para o primeiro caso, uma onda eletromagnética é transmitida por ondas de rádio e enviada a um receptor que contém relés, responsáveis pela transformação das micro-ondas em energia elétrica. Para o segundo caso, a luz transmitida incide em placas fotovoltaicas no receptor, convertendo em energia elétrica. No Brasil, essas tecnologias ainda estão em desenvolvimento e deve levar um tempo até que sejam vantajosas, mas é importante estar atento para as novidades nessa área.

Assim, fique de olho nas inovações do mercado de energia, pois não são apenas um grande potencial de investimento, podem trazer redução de custo em processos e, mais que isso, vão garantir um futuro seguro na Terra para nossos filhos e netos.


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