this is an h1

No rastro da tendência mundial, os números mostram os crescentes investimentos no Brasil para produção de biodiesel. Nesse contexto, alguns fatores ganham importância: entre eles, estão a disponibilidade de recursos para investimentos fixos e o custeio da produção agrícola. Além de uma assistência técnica contínua que assegure produtividade e regularidade da produção e o desenvolvimento de pesquisas de novas oleaginosas e de processos tecnológicos que minimizem os custos de produção.

É importante ressaltar que o crescimento do setor depende, ainda, da manutenção e adoção de políticas de estímulo ao uso e à produção do biodiesel.

Junto com o etanol, o biodiesel representa uma importante oferta para o segmento de combustíveis. 

Foram elaboradas, nas seguintes linhas, algumas perguntas e respostas que podem esclarecer muitas dúvidas sobre o biodiesel. Confira:

O que é o biodiesel?
É um tipo de combustível obtido a partir de matérias-primas vegetais ou animais.

Ele é utilizado para quê?
Para substituir o óleo diesel.

Do que o biodiesel é derivado?
De biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou animal que pode ser utilizada para a produção de energia renovável).

E onde ele pode ser utilizado?
Em motores à combustão interna com ignição por compressão ou para geração de outro tipo de energia que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Também é utilizado para substituição do óleo diesel, em percentuais adicionados ou de forma integral, nos motores dos transportes rodoviários e aquaviários, e nos motores utilizados para a geração de energia elétrica.

Quais são as matérias-primas para fabricação?
Podem ser de origem vegetal (soja, mamona, canola, palma, girassol, amendoim etc.) ou animal (sebo bovino, suíno e de aves). Entre as alternativas de matérias-primas estão também os óleos utilizados em fritura (cocção).

Você sabia que, junto com o etanol, o biodiesel representa uma importante oferta para o segmento de combustíveis? Ambos são denominados de biocombustíveis por serem derivados de biomassa, menos poluentes e renováveis.

Saiba mais:

• Portal do Biodiesel
• Agência Nacional do Petróleo (ANP)
• Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT)
• Site geral da Embrapa sobre agroenergia
• Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig)

A entrada do biodiesel na matriz energética brasileira representa um avanço de ordem ambiental, social e econômica, ao mesmo tempo que confirma uma tendência do país de investimentos em energias mais limpas, como o álcool e as hidrelétricas.

Benefícios ao meio ambiente

Do ponto de vista ambiental, o biocombustível reduz de forma significativa a emissão de gases poluentes. Para se ter uma ideia, estudos científicos realizados pela União Europeia indicam que o uso de 1 kg de biodiesel colabora para a redução de 3 kg de CO2, um dos gases causadores do efeito estufa.

Benefícios sociais e econômicos

A produção abre oportunidades ao longo da cadeia de fornecimento, tanto para o campo quanto para o complexo industrial. O biodiesel possibilita um aproveitamento melhor da agricultura, com o aumento da renda do agronegócio tanto para os produtores de pequeno porte e agricultores familiares quanto para os grandes empreendimentos industriais. Além disso, promove grande economia de divisas para o país.

Outro aspecto importante é o da regionalização, porque o biodiesel é capaz de promover o desenvolvimento socioeconômico pela oferta de empregos com aumento da renda local, principalmente no Nordeste. As condições favoráveis de clima e solo permitem o cultivo de grande variedade de oleaginosas, fontes de matérias-primas para o combustível.

Reflexos do uso de biodiesel em setores de bens e serviços:

• fabricação de implementos agrícolas;
• adubos;
• sementes e produtos para adequação do solo;
• manutenção de equipamentos agrícolas;
• serviços de software para controle de produção e gestão;
• serviços técnicos de assistência agrícola.

Uso do biodiesel em projetos e empreendimentos rurais e industriais

O zoneamento agrícola merece atenção, visto que indica os locais mais adequados para o cultivo e favorece a obtenção de financiamentos da área agrícola.

É muito importante avaliar:

• a viabilidade econômica (considerando o volume mínimo de produção);
• assistência técnica;
• fornecedores de equipamentos e serviços; 
• distâncias da produção agrícola em relação às respectivas unidades de processamento (usinas);
• viabilidade logística e custos correspondentes;
• disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos fixos e capital de giro;
• limitantes tecnológicos;
• condições de clima e solo;
• adaptação das espécies no caso de cultivo de oleaginosas.

Resíduos do dendê viram biocombustível: o palmdiesel

Depois de duas décadas produzindo óleo de palma, ou azeite de dendê, o Grupo Agropalma (maior fabricante de óleo de palma da América Latina), instalado no Pará, descobriu que os resíduos da fabricação do azeite podem ser reaproveitados como combustível. Depois da descoberta, o combustível renovável foi desenvolvido em parceria com a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para a obtenção do produto, são aproveitados 95% dos ácidos graxos do azeite de dendê. Na usina de Belém (PA) são produzidos oito milhões de litros por ano, dos quais três milhões abastecem a frota total da companhia. Os cinco milhões de litros excedentes são comercializados. Como os motores tradicionais podem utilizar o biodiesel sem a necessidade de adaptação para o abastecimento, os tratores, veículos e implementos utilizados no cultivo da palma não poluem o meio ambiente.

O biocombustível obtido dos resíduos do dendê foi batizado como palmdiesel devido a sua alta qualidade. Isso porque o biodiesel obtido a partir do óleo de palma é um produto mais puro, isento de glicerina e muito mais barato. A fábrica de biodiesel da Agropalma produz biodiesel especificado apenas por esterificação, ao invés da transesterificação.

Sustentabilidade para gerar competitividade 
Um estudo realizado pelo pesquisador Túlio Dias Brito, no curso de Agronegócios da Universidade de Brasília, mostra que a produção do dendê precisa ser sustentável para manter competitividade. Entre os fatores positivos apontados está a utilização do cultivo da palma na recuperação de áreas de pastagens degradadas na Amazônia. Comparada à pecuária de corte realizada na região, a produção do dendê também emprega mais pessoas, pois a colheita da palma é manual. Para cada 10 hectares de palma, é necessário um empregado, sendo a mesma mão de obra utilizada em 500 ou 1.000 hectares na pecuária.

Mais informações na Embrapa.