Não gerar lixo com embalagens nem poluir o planeta com microplásticos passa a ser um apelo de vendas importante para empreendedores do setor.

Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas, embalagens que não agridem o meio ambiente se tornaram um dos fatores de escolha por produtos de consumo. Assim, “plástico zero” passou de tendência a palavra de ordem na busca por uma beleza sustentável. E, como a demanda parte do consumidor, toda a cadeia produtiva é instada a adaptar as suas ofertas
Para o mercado, esse processo pode ser um desafio, porque envolve tecnologia de produção e preservação dos componentes das fórmulas. Sua maior aliada é a inovação, que apoia o desenvolvimento de novos produtos e embalagens.
Desse modo, o investimento em pesquisa acompanha a necessidade de produzir cosméticos “lixo zero”, ou seja, que gerem o mínimo de embalagens descartáveis e que usem a menor parcela de plástico em sua composição.
Quando o assunto é embalagem, a ideia central é ter produtos sem qualquer tipo de invólucro. Um sabonete ou xampu em barra, envolto apenas em uma tira de papelão - que pode ser compostável, inclusive - é uma demonstração simples de como isso é possível.
Outra solução é o papel semente, que funciona como embalagem secundária. Trata-se de um papel artesanal e reciclado, em que são acrescentadas sementes de flores, hortaliças ou temperos durante o processo de fabricação.
Existem várias iniciativas de reciclagem, como a adoção de material PCR (Post-Consumer Recycled, ou Reciclado Pós-Consumo), mas é importante frisar que, no Brasil, uma parcela mínima dos recicláveis é, efetivamente, reutilizada. A grande maioria vai parar nos lixões, como os detritos comuns.
Na logística, a escolha dos materiais também é uma grande fonte de lixo. Para proteger produtos muitas vezes frágeis, os tradicionais plástico-bolha e espumas de isopor são substituídos por extrusados de milho.
Materiais produzidos a partir de fungos também estão mostrando que podem ser substitutos à altura. Uma inovadora tecnologia é capaz de transformar, em apenas sete dias, micélio (a raiz dos cogumelos) em uma excelente espuma protetora, moldável e resistente à água e ao fogo que é, ainda por cima, compostável.
Bioplásticos ou biopolímeros
Produzidos parcial ou totalmente com fontes renováveis de biomassa, como cana-de-açúcar, celulose ou milho, os bioplásticos podem não ser biodegradáveis e levam tempo equivalente ao plástico tradicional para se decompor, fragmentando-se em microplásticos por causa da estrutura química.
Os microplásticos são vilões a serem evitados tanto nas embalagens como dentre os componentes de cosméticos, sendo reconhecidos como importantes adoecedores das pessoas e do planeta. Os oceanos estão repletos desses elementos, que poluem as águas e matam os animais. No organismo humano, causam uma série de males que podem ser evitados com transformações nas fórmulas cosméticas.
O consumo consciente exige sair da zona de conforto e entender que a vaidade e o bem-estar pessoal não precisam estar atrelados a um impacto ambiental negativo. Menos plástico significa mais saúde e mais planeta.
A tendência “plástico zero” é uma exigência do consumidor sustentável e consciente, que está mudando radicalmente a oferta de produtos e serviços de beleza e, no seu caminho, está criando oportunidades de crescimento e lucro para empreendedores que entendam as necessidades do momento atual.
O Sebrae lançou a Cartilha ESG e Serviços de Beleza, que fala sobre cosméticos cruelty-free, produzidos sem crueldade, e como os pequenos negócios e serviços de beleza podem adotar boas práticas ambientais, sociais e de governança.
E saiba quais são as tendências para o mercado de beleza em 2022!
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