Agricultores e compradores se unem para a produção e consumo de alimentos sem agrotóxicos. Saiba como fazer parte da Comunidade que Sustenta a Agricultura.

O movimento é silencioso, mas vem transformando a vida de milhares de produtores rurais e consumidores. Imagina se, em vez de você ir ao supermercado para comprar frutas, verduras, hortaliças e leguminosas, adquirir diretamente de quem planta, sabendo como os alimentos são cuidados e como ele chega à sua casa fresquinho?
Esse é um dos inúmeros benefícios de integrar à Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), um movimento cujo objetivo é estabelecer uma relação direta e de confiança entre os agricultores e consumidores. No Distrito Federal, o programa teve início em 2012 e, hoje, abrange mais de 30 comunidades.
“O movimento vai além do que ter acesso ao alimento orgânico de maneira fácil. Ele contribui para a valorização do homem do campo e do crescimento da agricultura familiar”, disse Edimar Júnior, mestre em agronegócios e palestrante na Semana do Alimento Orgânico que ocorreu na Expoabra 2022, no Distrito Federal e contou com o apoio do Sebrae.
Como funciona?
O modelo de Comunidade que Sustenta a Agricultura, ou CSA, é um sistema econômico alternativo e sustentável que conecta produtor e consumidor. Diferente do modelo tradicional, quem integra ao CSA valoriza a agricultura familiar, reduz desperdício, incentiva a consciência socioambiental e obtém alimentos sem agrotóxicos e mais saudáveis.
A oferta dos produtos depende de cada CSA. Os mais comuns são vegetais, leguminosas, frutas, ovos e derivados de leite. Para adquirir as cestas orgânicas, os compradores precisam fazer uma assinatura, que pode ser para receber por semana, a cada quinzena ou mensalmente.
Automaticamente, o consumidor se torna coprodutor e passa a ser informado sobre o andamento dos cultivos e do que receberá na próxima cesta agrícola. Por ser um programa sustentável, a disponibilidade dos produtos depende da safra e da época do ano. Por isso, cada produtor precisa respeitar a sazonalidade.
Ao passo em que os consumidores têm acesso mais fácil aos produtos in natura, os agricultores conquistam mais autonomia porque conseguem o capital necessário para a manutenção de seus cultivos.
Esse aporte econômico dá mais segurança ao produtor quando ocorrem eventos naturais como chuva de granizo, geadas, alagamentos, secas e entressafras e, também, não consegue vender o suficiente nas feiras e eventos.
“Em resumo, os agricultores e os coprodutores compartilham os riscos da agricultura. Além disso, a colheita da quantidade correta otimiza o trabalho do homem do campo e o tempo que sobra pode ser utilizado para tempo que sobra pode ser usado para inovar e pensar em novos plantios”, sublinha Edimar Júnior, mestre em agronegócios e palestrante do encontro.
Embora atuem de forma independente, todas as CSA´s que se encontram no Distrito Federal e demais regiões do país seguem alguns princípios como diversidade na produção, respeito à sazonalidade, preços justos e ajuda mútua. “Como o acesso entre o produtor e consumidor é direto, o preço é mais barato. Quando a produção de um agricultor é insuficiente, é feita uma complementação por meio de parcerias e trocas com outros produtores”, completou Edimar.
Certificação
Segundo o palestrante, grande parte dos CSA´s possuem certificação, porém, o selo é dispensável a partir do momento em que os próprios consumidores compram diretamente dos produtores. “Mais importante do que ter um selo para consolidar a segurança do produto é garantir que todo o desenvolvimento do cultivo seja realizado com orientação correta do manejo que favorece toda a cadeia, desde a plantação até a entrega ao consumidor”, reforçou o mestre em agronegócios.
Para ver a palestra na íntegra, acesse o link aqui.
Para saber onde tem uma CSA mais perto de você, acesse o link do site.
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