Uma mudança de paradigma necessária para o atual mercado da moda e que pode transformar seu negócio
Um novo olhar sobre o modo de produzir itens de vestuário vem ganhando força em todo o mundo: o movimento slow fashion. O conceito, traduzido ao pé da letra como “moda lenta”, está mudando as relações de consumo e exigindo mais atenção das marcas em relação aos seus processos de produção.
Na contramão do fast fashion, um sistema de produção em massa que prioriza quantidade e custos menores com mão de obra e matéria-prima, o slow fashion procura valorizar cada etapa do processo de produção, desde os insumos até a venda, e oferecer produtos com mais duráveis confeccionados por meio de processos sustentáveis e ecologicamente corretos.
Para o microempreendedor, essa nova percepção e exigência do consumidor é muito favorável, já que uma de suas principais características é a valorização dos recursos locais e dos fornecedores da região.
Quer saber como se adaptar a esse novo consumidor? Clique aqui e ouça um podcast sobre o assunto.
A importância da mudança de comportamento
De acordo com a Fundação Ellen McArthur, a produção de artigos de moda dobrou nos últimos 15 anos em todo o mundo, e, infelizmente, a tendência é de continuar aumentando. Para se ter uma ideia, cerca de um caminhão de lixo cheio de roupas é queimado ou enviado para aterros a cada minuto. Isso é suficiente para encher mais de um prédio de 100 andares por dia de roupas descartadas.
E não para por aí: para produzir apenas uma camiseta de algodão são necessários cerca de 2.700 litros de água, o suficiente para uma pessoa se manter hidratada por 2,5 anos.
Entendeu agora a importância de se pensar em novas formas de produção?
Nesse contexto, o slow fashion tem se tornado um pilar importante para a mudança de paradigma no mercado da moda.
Oportunidades do slow fashion
Além de propiciar a preservação do meio ambiente, o movimento também gera importantes oportunidades de atuação.
Logística mais sustentável:
O gasto com combustíveis fósseis, altamente poluentes, tem sido fator preponderante para a mudança de comportamento que busca por parceiros e matérias-primas regionais. Além disso, estreitar os laços comerciais com pequenos produtores fortalece a economia local, um fundamento significativo para o slow fashion.
Reaproveitamento:
Um dos pilares do movimento é a redução de resíduos (lixo) gerados na produção. Assim, o reaproveitamento dos insumos e o cuidado com o desperdício também devem ser levados em consideração. Clique aqui e veja como repensar o descarte das sobras do seu negócio.
Inovação:
O uso de matérias-primas mais sustentáveis e a busca por materiais com novas tecnologias, menos agressivas ao meio ambiente, estimula um comportamento de inovação e criatividade. Saiba mais sobre o segmento de empresas da moda conhecido como fashiontech.
Como aplicar o slow fashion na minha empresa?
- Faça a economia circular acontecer dentro do seu negócio. Procure reutilizar as sobras e evitar o desperdício na hora da produção. Confeccione materiais com boa durabilidade e recicle. Saiba mais sobre economia circular.
- A redução das emissões de carbono tem sido uma das ações mais urgentes dentro da indústria da moda slow. Para isso, você pode optar por materiais com fibras recicladas e fomentar o uso de transporte sustentável e de embalagens recicláveis, por exemplo.
- As técnicas de customização também têm conquistado novos adeptos. Em vez de iniciar uma produção do zero, que necessita de mais recursos naturais, reinvente roupas antigas.
- Para onde vão os resíduos gerados pela sua produção atualmente? A partir de agora, nada de jogar no lixo. Procure implementar a logística reversa, que consiste no envio de roupas indesejadas para brechós e organizações filantrópicas e sobras de retalhos para empresas têxteis que atuam no desfibramento de peças, por exemplo. A ideia é promover o reuso e evitar ao máximo o desperdício.
Como observado, aderir ao movimento slow fashion é vantajoso para todos. Para o microempreendedor porque agrega valor ao negócio e gera economias; para o consumidor porque permite que adquira produtos de melhor qualidade; e para o meio ambiente porque ajuda a preservar seus recursos por mais tempo.
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