São as nossas características, o nosso jeito de fazer na condução dos negócios que possibilitam a criação de modelos de negócios diferenciados no mercado
As mulheres estão ganhando cada vez mais espaço quando o assunto é empreendedorismo. Em 2016, a taxa de abertura de novos negócios pelo público feminino chegou a 51,5% conforme dados levantados pelo Global Entrepreneurship Monitor 2017, em parceria com o Sebrae.
No Brasil, as mulheres empreendedoras somam 5.963 milhões e os dados mostram que elas são mais escolarizadas, jovens e grande parte delas (53,2%) está na região sudeste do Brasil. Quando comparamos as mulheres com os homens, temos 55% de mulheres que pelo menos iniciaram o ensino médio em relação a 38,5% dos homens. Além disso, 40% das mulheres possuem até 34 anos contrapondo 50% dos homens com idade entre 35 a 54 anos.
Enxergamos este movimento empreendedor feminino como uma forma complementar para aumentar as possibilidades diante escassez de mecanismos nas empresas para a inclusão de mulheres em cargos de lideranças. Apenas 30% delas conseguem chegar a estas ocupações.
Neste contexto, o mercado feminino precisou contemplar as mudanças dos novos hábitos de consumo da família e dos padrões estabelecidos em nossa sociedade, para criar novos produtos e serviços e contemplar novas possibilidades no mercado de trabalho.
Antigamente, as mulheres não se percebiam em determinadas atividades econômicas, os lugares de poder eram ocupados somente por homens, tanto nas indústrias, comércios e na prestação de serviços. Atualmente, nós mulheres, precisamos construir o nosso próprio DNA na condução dos negócios e não replicar apenas os modelos masculinos aos quais nos habituamos a enxergar e aceitar durante séculos.
É importante que nossas habilidades femininas sejam utilizadas em busca de nosso crescimento empreendedor. Dessa forma, podemos ressiginificar crenças limitantes como a multirealização e a intuição feminina para a construção de uma visão sistêmica e probabilística.
Transformar tais crenças faz com que os negócios femininos sejam percebidos em um novo patamar pelo consumidor. São as nossas características, o nosso jeito de fazer na condução dos negócios que possibilitam a criação de modelos de negócios diferenciados no mercado.
Assim como qualquer empreendedor, o público feminino precisa aprimorar pontos que acabam impactando no seu tempo de permanência no mercado. Aprender a lidar com os recursos financeiros é um caminho interessante para que seja dada a melhor destinação dos ganhos, a ampliação do faturamento e a realização de seus sonhos.
O propósito é realmente empreender igual mulher. É levar nosso afeto, nosso cuidado aos negócios tradicionais. É ter uma abordagem mais humana na relação com os nossos clientes e funcionários. É realmente mudar uma economia que até então era percebida como uma venda pura e simples passando pela criação de produtos em detrimento a outros que não teriam sequer reaproveitamento.
É fazer de uma forma tão próxima, diferente e acolhedora que a consequência será percebida no desempenho da empresa. É fazer com o que o qualitativo ganhe proporções para ser percebido quantitativamente.
Débora Andrade Carvalho
Analista do Sebrae Minas
Foi um prazer te ajudar :)