Levas de imigrantes de várias regiões da Europa e Japão, e influência indígena garantem um artesanato bastante variado na região no Sul do Brasil
A região Sul do Brasil foi marcada pelas sucessivas ondas migratórias. Principalmente da Europa – Itália, Alemanha, Ucrânia, Polônia – mas também do Japão. O artesanato tradicional dessas regiões recebeu, ainda, influências indígenas e dos vizinhos Argentina e Uruguai. Como a produção artesanal reflete a formação cultural de qualquer região, o resultado foi uma produção muito variada – e apreciada em todo o Brasil e no exterior – que pode ampliar o leque de ofertas à sua clientela.
As matérias-primas
A região Sul do Brasil é formada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Imigrantes alemães estabeleceram-se principalmente em SC e RS. Os italianos espalharam-se pelos três estados, enquanto poloneses, ucranianos e russos concentraram-se no Paraná, que também recebeu uma forte imigração japonesa. Sem esquecer da tradicional presença indígena e portuguesa, nos três estados.
A pecuária tem sido, há séculos, uma atividade econômica característica da região. E a produção artesanal reflete isso. Couro, peles, ossos e chifres são matérias-primas muito utilizadas na fabricação de bolsas, facas e outros utensílios. A crina e o pelo de animais lanígeros são tosquiados para dar lugar à fiação e tecelagem de vários produtos, como ponchos e outros agasalhos.
Muitas vezes, as matérias-primas de origem animal se combinam ao trabalho em metal, também típico da região, por exemplo, na produção de facas e implementos para churrasco e chimarrão.
Falando em chimarrão, tradicional em todo o Sul da América, a principal matéria-prima para as cuias são os porongos, abundantes na região.
A contribuição de indígenas e ucranianos
O Sul do Brasil também oferece uma produção importante de artesanato tradicional indígena. O grande destaque são as peças em trançado, como cestos e bonecas elaboradas com fibras, entre elas, a de butiá, além de cerâmica, produzidas por descendentes das etnias kainkang e mbiá-guarani, no Paraná.
Também no Paraná, a presença de ucranianos e russos deu origem à tradição das pessankas, os famosos ovos coloridos e decorados à mão, com desenhos que contam histórias. As pessankas são presenteadas com frequência como amuletos da sorte.
A cultura japonesa se revela na produção de origami, kirigami, oshibana e ikebana. Já os imigrantes alemães, aportaram as técnicas de decoração em cerâmica e porcelana, bastante comuns em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Da Itália, veio a tradição de uso de palha e fibras – de milho, bambu, sisal, junco, cipó e bananeira – na confecção de móveis.
Saiba mais
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