Conheça os objetivos e princípios do “fair trade” como mecanismo facilitador das relações de comércio internacional.

A International Federation of Alternative Trade (Federação Internacional de Comércio Alternativo) define o comércio justo (fair trade, em inglês) como uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional.
O fair trade originou-se da constatação de que o abismo entre as populações pobres e ricas vem aumentando e requer o estabelecimento de práticas comerciais mais justas.
O fair trade (comércio justo) contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca, gerando parcerias e a garantia dos direitos para produtores e consumidores. É uma alternativa concreta e viável frente ao sistema tradicional de comércio.
O fair trade é sobre melhores preços, condições de trabalho decentes, sustentabilidade local e termos de comércio justos para agricultores e trabalhadores no mundo em desenvolvimento. Ao exigir que as empresas paguem preços acima do mercado, o comércio justo aborda as injustiças do comércio convencional, que tradicionalmente discrimina os produtores mais pobres e mais fracos. Isso lhes permite melhorar sua sorte e ter mais controle sobre suas vidas.
Fair Trade Foundation
Esse movimento de comércio justo tornou-se bastante dinâmico na América Latina nas últimas décadas, contribuindo para ressignificar o conceito tradicional de comércio justo no continente americano.
Princípios de fair trade
O fair trade tem como objetivo principal estabelecer contato direto entre o produtor e o comprador, desburocratizando o comércio e poupando-os da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities.
Os princípios que devem reger uma relação comercial considerada justa são:
- Transparência e corresponsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial;
- Relação de longo prazo que ofereça treinamento e apoio aos produtores e acesso às informações do mercado;
- Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus que deve beneficiar toda a comunidade, e de financiamento da produção ou do plantio, ou a antecipação do pagamento da safra, quando necessário;
- Organização democrática dos produtores em cooperativas ou associações;
- Respeito à legislação e às normas (por exemplo, ambientais, trabalhistas) nacionais e internacionais;
- Proibir o trabalho infantil... As crianças devem frequentar a escola;
- Garantir dignidade e segurança no ambiente de trabalho;
- Proibir o trabalho forçado;
- Comprometer-se com a equidade de gênero, o empoderamento das mulheres e o meio ambiente deve ser respeitado;
- Promover o fair trade.
Certificados
Produtos certificados – Selo Fair Trade
Os principais personagens do comércio justo, no mercado internacional, são os produtores, os importadores, os licenciados e as world shops. Os importadores não cuidam somente da importação e da distribuição dos produtos para as world shops – muitos mantêm lojas próprias ou sites e ajudam ativamente a promover todo o movimento.
Os licenciados são empresas que têm o direito de usar o selo de fair trade, mediante o pagamento de licenças concedidas pelas iniciativas nacionais (movimentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empresas e produtos) e pela Fairtrade Labelling Organizations International (FLO).
As empresas podem ser especializadas em comércio justo ou atuar no comércio tradicional com marcas convencionais, incorporando itens com o selo de comércio justo a suas linhas. O licenciado também dá apoio de marketing às lojas e paga o importador.
A gama de produtos certificados pela FLO inclui café, chá, arroz, cacau, mel, açúcar, frutas frescas e até produtos manufaturados, tais como bolas de futebol. Eles são vendidos em 18 países, com 70 a 90 mil pontos de venda convencionais.
Além dos produtos certificados pela FLO, são comercializados frutas secas, nozes e castanhas, produtos de confecção, flores e, principalmente, artesanato.
Perspectivas futuras
O comércio justo é uma alternativa concreta e viável frente ao sistema tradicional de comércio.
Ele recebe atenção dos governos em todos os países em que existem iniciativas nacionais (movimentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empresas e produtos), inclusive de organizações supranacionais, tais como a União Europeia e a Organização Mundial do Comércio.
A expectativa é de que o mercado continue apresentando grande potencial de crescimento, com taxas de 20% a 25%.
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