Crises fazem com que empreendedores repensem suas prioridades e recalculem seus custos. Vale lembrar que os cortes nos gastos são importantes, mas eles precisam ser bem calculados e planejados, para que você não abra mão de itens essenciais para a sobrevivência do seu negócio. É fundamental ter calma e procurar manter o foco, não deixando se abalar pelas adversidades. Para decidir o que pode ser cortado do seu orçamento, é essencial ter seus gastos organizados e registrados para uma avaliação mais precisa. Também é necessário saber calcular os custos fixos mensais do negócio, pois isso permite realizar projeções e entender como cortar gastos menos importantes para manter a operação durante momentos de instabilidade. Pensando em ajudar você, separamos dicas de pequenos cortes que podem ser feitos sem prejudicar a sua empresa. Confira a seguir: Variedade de produtos Reavalie seus produtos para entender os que devem ser mantidos e quais podem não ser renovados, pois não estão gerando receita. Mantenha, então, o que realmente faz uma diferença positiva no seu caixa. E lembre-se de que um estoque variado funciona apenas quando o consumidor tem um poder maior de compra ou quando está mais disposto a conhecer novos produtos, o que não acontece durante uma crise. Bancos diversos Como a maioria dos bancos cobra taxas, e essa é uma despesa que pode ser facilmente cortada, avalie se vale a pena ter conta bancária em várias instituições diferentes. A sugestão é ter relacionamento com apenas um ou dois bancos, já que isso permite que você acompanhe todas as taxas e tarifas cobradas e, assim, evite gastos desnecessários. Os bancos digitais apresentam vantagens nesse sentido. Além de taxas reduzidas ou nulas, eles são seguros e oferecem atendimento rápido em diferentes canais. Dívidas Durante uma crise, dívidas podem ser o motivo da falência ou da sobrevivência de sua empresa. Caso você se encontre endividado, a primeira coisa a fazer é renegociar os prazos e taxas, sempre levando em consideração as dívidas mais custosas para a sua empresa. Caso não consiga resultados frutíferos, vale pesquisar outros bancos com condições melhores, além de outras formas de conseguir crédito para quitar suas obrigações. Investimentos Você tem algum tipo de investimento? É bom reduzir os aportes e pensar em criar uma reserva de emergência. Não é o caso de deixar de lado as suas aplicações, mas sim de poder contar com uma liquidez maior para quando precisar cobrir algum imprevisto. Redes sociais Se o valor gasto com anúncios em redes sociais não está trazendo o retorno esperado, considere realocar esse investimento. Você pode trabalhar melhor as técnicas de conversão orgânicas otimizando os seus posts para buscas no Google, por exemplo. Lembre que é o momento de trabalhar com qualidade, e não com quantidade.
O surto causado pelo novo coronavírus trouxe uma crise que pegou todos de surpresa e exigiu adaptação de toda a comunidade. Os donos de pequenos negócios foram os mais afetados, pois ficaram de portas fechadas para cumprir as medidas de isolamento social. Muitos sucumbiram por não terem uma boa gestão financeira e uma reserva de emergência estruturada. Apesar das enormes perdas vivenciadas, muitos foram os aprendizados provenientes dessa adversidade. Assim, criamos um passo a passo para que você, além de reorganizar as finanças da sua empresa para avançar com mínimos impactos possíveis diante uma nova crise, também planeje o seu futuro com segurança. Anote todos os gastos O primeiro passo é organizar o seu fluxo de caixa, anotando todos os gastos mensais para visualizar um cenário completo. Nesse momento, você precisa saber o quanto, efetivamente, tem em caixa. Liste os ganhos, as despesas fixas e essenciais do mês, bem como os gastos variáveis. Se não souber como fazê-lo, confira nosso curso on-line e gratuito sobre o assunto. Liste as dívidas e negocie prazos Identifique todas as dívidas que estão consumindo parte do seu orçamento, listando os empréstimos, os parcelamentos, as negociações, os boletos atrasados, as mensalidades, as faturas do cartão, o cheque especial etc. Feita a lista, renegocie as suas dívidas mais urgentes e organize as demais. E lembre-se: dívidas urgentes são aquelas que vão desestabilizar a vida do negócio. Atente especialmente para as dívidas de curto prazo, pois elas costumam pesar em consequência das taxas de juros cobradas. Em seguida, você pode tentar negociar os valores, os prazos e as entregas para que o seu negócio não pare de funcionar. O diálogo é a melhor forma de encontrar um equilíbrio para todos. Estabeleça metas Definir prioridades é uma maneira de manter o foco, e isso motiva todos a reduzir gastos e a controlar o consumo em nome de um objetivo maior. Por isso, estabeleça suas metas de curto, médio e longo prazo de forma clara e objetiva, com o período e o valor planejado. Tenha um reserva de emergência e comece a investir Com todas as finanças organizadas, é hora de começar a sua reserva de emergência. Alguns especialistas defendem de três a seis meses reservados, mas o mais importante é que você comece. Com a reserva criada, você também pode começar a investir ou a escolher produtos com um pouco mais de risco e/ou vencimento mais distante, em nome de maior rentabilidade.
Renegociar dívidas é uma atividade que um empreendedor deve ter o costume de fazer, em especial nos momentos de aperto no fluxo de caixa, esse momento é necessário ter muita atenção. Quando o caixa da empresa está apertado é muito comum os empresários recorrerem a empréstimos para capital de giro. Não há problema algum com isso se a decisão é tomada de forma consciente e pautada em um planejamento financeiro. O problema ocorre quando a empresa adquire um empréstimo, sem planejamento, para cobrir uma insuficiência de caixa causada por algum descontrole na gestão financeira ou por um fator externo onde não se pode prever. Isso é agravado se a empresa já possui um grau de endividamento alto, o que pode tornar as dívidas impagáveis. O endividamento da empresa pode ser bom ou ruim. Ele é bom quando a dívida contraída é para investimento ou expansão do negócio. Nesse caso a expectativa de receitas futuras será suficiente para honrar as parcelas da dívida. Por outro lado, o endividamento é ruim quando é utilizado para cobrir as despesas correntes devido à má gestão. Algumas origens de endividamento: A empresa possui compromissos de pagamento futuro com fornecedores (compra de insumos, matérias-primas, mercadorias etc.). A empresa contraiu um financiamento para investir na aquisição de máquinas, equipamentos, reformas. A empresa adquiriu um empréstimo para capital de giro em função de aumento da atividade da empresa (aumento do estoque de mercadorias, inauguração de uma filial). A empresa adquiriu um empréstimo para capital de giro em função da necessidade de cobrir fluxos de caixa deficitários. Em todos os casos a redução de receitas poderá causar a inadimplência, ou seja, não cumprir o compromisso de pagamento. A questão chave aqui é o monitoramento do fluxo de caixa da empresa, de maneira que uma renegociação da dívida possa ser feita antes de uma situação de inadimplência, pois nesse caso o credor pode ser mais inflexível na negociação ou mesmo se negar a negociar, dependendo do que constar no contrato entre as partes. E o que fazer para renegociar dívidas? Primeiramente o empresário tem que analisar com urgência o impacto da queda de faturamento no negócio, projetando possíveis cenários (pessimista, provável e otimista) para um período de 03 a 06 meses à frente, de maneira a reformular os processos operacionais da empresa. Verificar quais custos e despesas podem ser cortados para ajustar o fluxo de caixa à nova realidade. Verificar a possibilidade de se beneficiar das medidas do governo referentes à financiamento de folha de pagamento, redução de jornadas de trabalho, férias coletivas, entre outras. É preciso analisar bem a decisão de demitir funcionários, pois o custo de demissão pode representar uma despesa adicional nesse momento. Negociar redução, isenção ou adiamento do pagamento de aluguéis. Lembre-se que para o locador é melhor ter uma redução de receitas agora do que ficar meses com uma loja parada sem o aluguel! Avaliar a possibilidade de fazer adaptações nos processos, de maneira a manter a operação para, ao menos, cobrir os custos fixos do negócio. Posteriormente o empresário deve fazer uma análise do endividamento com os seus fornecedores. Priorize negociar com aqueles fornecedores em que uma perda do crédito poderá representar grande impacto para o negócio. Negocie aumento de prazos ou isenções temporárias de pagamento, primeiro com os fornecedores mais importantes, deixando aqueles menos importantes para um segundo momento. Se há pedidos em abertos junto aos fornecedores, cancele-os imediatamente antes que sejam faturados. Dessa forma, você evita compromissos futuros de pagamento que poderão dar uma folga no caixa quando as atividades voltarem à normalidade. Uma outra etapa, talvez a mais difícil, é renegociar dívidas com as instituições financeiras, caso a empresa tenha operações de crédito (empréstimo ou financiamento) vigentes. Uma premissa básica para renegociar dívida com as instituições financeiras é estar adimplente com o pagamento das parcelas da dívida, o que em muitos casos é uma condição contratual para realizar a renegociação para um novo contrato de empréstimo/financiamento em condições melhores. No atual momento recomenda-se que o empresário pesquise o que está sendo oferecido pelas instituições concorrentes e, com base nessa informação, busque primeiro renegociar com o seu banco condições melhores. Caso o banco se negue a renegociar e/ou oferecer uma condição melhor, pode ser mais interessante contrair uma dívida nova em outro banco para quitar a dívida atual, desde que a nova dívida seja mais barata e tenha melhores condições de pagamento, aliviando o fluxo de caixa da empresa. Abaixo apresento alguns parâmetros que o empresário deve levar em consideração na pesquisa, sendo o principal deles o Custo Efetivo Total (CET), que é o montante de todos os custos envolvidos na operação. Parâmetros para a pesquisa de renegociação de empréstimo/financiamento bancário: Prazo total (tempo máximo para liquidar a dívida); Prazo de carência (tempo para pagamento da primeira parcela); Garantias exigidas (o que o empresário deve apresentar de garantia no caso de não cumprimento do contrato); Impostos incidentes na operação; Taxa de juros nominal (taxa aplicada para cálculo dos juros da operação); Tarifas diversas (tarifas cobradas pela Instituição Financeira, entre elas cadastro, taxa de administração, seguros, entre outros); Custo Efetivo Total (somatório de todos os custos da operação). Se o processo de renegociação junto ao seu banco não trouxe vantagens, uma outra alternativa pode ser utilizar o mecanismo de portabilidade de crédito. A resolução nº 4.292, de 20 de dezembro de 2013 do Banco Central dispõe sobre a portabilidade de operações de crédito realizadas com pessoas naturais. Essa resolução posteriormente foi alterada pela resolução 4.762 de 27 de novembro de 2019 para incluir também empresários individuais. Segundo um documento do Banco Central sobre portabilidade: “Os clientes bancários têm direito de transferir gratuitamente suas dívidas de um banco para outro. Na prática, a portabilidade funciona como se o cliente tivesse contratado um novo empréstimo em outro banco e, com esses recursos, quitado antecipadamente a dívida no banco de origem. A diferença é que, com a portabilidade do crédito, não há pagamento de impostos, desde que o novo empréstimo não supere o valor da dívida original no banco de origem.” Veja abaixo algumas características e cuidados a serem tomadas para quem pretende utilizar o mecanismo da portabilidade: A instituição financeira de origem da dívida é obrigada a oferecer a portabilidade de crédito aos clientes, caso eles desejem migrar para outro banco. Porém, nenhum banco ou instituição é obrigado a aceitar a portabilidade. Por isso, pesquise as condições e negocie antes de tomar a decisão. As instituições financeiras devem fornecer ao devedor, quando por este solicitado, em até um dia útil contado a partir da data da solicitação, as seguintes informações relativas às suas operações de crédito: número do contrato; saldo devedor atualizado; demonstrativo da evolução do saldo devedor; modalidade de crédito da operação; taxa de juros anual, nominal e efetiva; prazo total e remanescente; sistema de pagamento; valor de cada prestação, especificando o valor do principal e dos encargos; data do último vencimento da operação. Atenção com outros custos ao fazer a portabilidade, tais como: taxa de cadastro do banco recebedor da operação, registros em cartório, entre outros; É recomendável solicitar uma proposta por escrito com as condições à instituição pretendente; Tenha cuidado com a tentativa de o banco recebedor da portabilidade fazer venda casada, ou seja, exigir a aquisição de outros produtos e serviços como condição para realizar a operação de portabilidade; Quando o devedor decide pela portabilidade, o processo é automático, ou seja, o banco recebedor da portabilidade é quem fará contato com o banco de origem para a quitação da dívida original. O devedor não precisa ao banco; Se a instituição financeira de origem se negar a fazer a portabilidade ou colocar dificuldades para dar as informações necessárias, o cliente devedor pode acionar os canais de Ouvidoria do Banco Central e denunciar a conduta da instituição financeira. Todo empreendimento requer muita habilidade de gestão dos empreendedores. Aqueles que conhecem bem as estruturas de custos de seus negócios e fazem uma boa gestão financeira terão melhores chances de passar por período de turbulência com impactos e prejuízos menores nos seus negócios. Escrito por Equipe da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros.
O capital de giro é composto pelos recursos (dinheiro, crédito, estoques etc.) que são necessários para bancar a liquidez, isto é, possibilitar que a sua empresa continue funcionando. Por que é tão importante? O capital de giro garante a saúde financeira da empresa, proporcionando: Oferecer financiamento aos clientes (nas vendas a prazo); Manter os estoques; Pagar fornecedores (compras de matéria-prima ou mercadorias de revenda), impostos, salários e demais custos e despesas operacionais. O capital de giro é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar.
Quem já tinha uma empresa antes de a pandemia do coronavírus se instalar ou estava planejando montar um empreendimento sabia que podia contar com crédito para fazer melhorias no negócio e até mesmo expandi-lo ou para transformar em realidade o sonho de ser o próprio chefe. Pegar um empréstimo para tirar uma ideia do papel ou fazer o negócio crescer é, inclusive, bastante comum e muitas vezes a única forma de andar para frente. No entanto, agora, a situação mudou. Provavelmente, você, que tem uma empresa, vai precisar usar um financiamento para enfrentar os momentos difíceis com poucas vendas e receitas baixas, a fim de pagar dívidas, compromissos, fornecedores e funcionários. E como nós sabemos que lidar com as dívidas durante uma crise como a que está acontecendo agora é algo que tira o sono da grande maioria dos empreendedores, criamos um guia para ajudá-los a passar por este momento de instabilidade. O segredo é achar a medida certa entre a negociação e a tomada de empréstimo.